domingo, 8 de fevereiro de 2009

Novidade Velha

Olá.

Só passei pra dizer que meus esforços em agradar o mundo têm dado em nada e, sinceramente, mais uma vez me sinto como a abelhinha do clipe de 'No rain', do Blind Melon.

Só não sei quando encontro minhas companheirinhas...

http://www.youtube.com/watch?v=qmVn6b7DdpA

Fui...

domingo, 25 de janeiro de 2009

NADA

Voltei!

Hoje é domingo, aniversário de São Paulo, e eu queria ir ao Museu do Ipiranga ver o show di-grátis que rola lá...
Mas não vou... Ai, tô meio cansada, quero ficar em casa coçando, lendo, dormindo... Ai, ai...

-*-

Eu juro que eu tinha uma ideia de um post bem legal pra escrever hoje, mas fugiu...

-*-

DE TODO MODO, estou dando sina de vida.

Falou, aê!

P.S.: Que preguiça de digitar...

domingo, 11 de janeiro de 2009

Olá!

Esse é o primeiro post do ano eu tenho que tomar cuidado, porque agora somos obirgados a usar uma nova ortografia. Algumas mudanças não me agradaram muito, como o ‘geléia’, que virou ‘geleia’ e afins... Alguém tem quem falar pro Word que ele não pode mais corrigir essas coisas... Eu não sei mexer nessas coisas...

Bom, passou o natal, quando fiquei na casa da minha tia aqui no Helipa mesmo... E comecei a pensar no que fazer da minha vida em 2009. Sim, porque eu penso muito na minha vida. Esse esquema Zeca Pagodinho (ou Skank, se preferir), de deixar a vida me levar, nem sempre funfas comigo...

Mas aí, chegou o reveiom e Bira-Biruta, meu camaradinha, me chamou pra ir pra Amparo, sua cidade, e eu fui! Foi muito bacana lá! Rosa, seu Roberto e Tata foram muito hospitaleiros, nós (eu e Cibas, que também foi) finalmente conhecemos figuras lendárias dos discursos de Bira, e coisa e tal! Apesar d’alguns vexames etílicos, foi uma viagem muito maravilhosa! Eu bebi a água do rio, um dia eu volto!

Fiz coisas que planejava havia muito: to tentando melhorar minha imagem, não é publicidade, é pra mim, mesmo... Me matriculei na academia de dança, precisava largar essa vida sedentária... Pelo menos uma vez por semana.
-*-
2009 é o ano do amor... 40 anos de Woodstock não podem ser em vão...
-*-
Algumas vezes, a gente tem de dar adeus a algumas pessoas queridas, a anteontem deixei de ter Bira ao meu lado no trampo. Isso me deixou muito triste... Mas ele estará em outros lugares...!
-*-
Prometo ser uma Jacqueline melhor, mais confiante, mais alegre e esperançosa. E cumprirei, que não sou política! Mas não prometo escrever muito aqui, afinal, isso é um blogue insustentável, né?!

Fui!

domingo, 21 de dezembro de 2008

A INSUSTENTABILIDADE

É fácil perceber porque é que eu não faço sucesso ou não consigo sustentar um blogue: eu não vivo pra ele, não crio coisas o tempo inteiro pra ele, desenhinhos e coisa e tal...

OK.

Sabe, estou muito azeda essa semana. Não sei por quê. Quer dizer, na verdade, sei sim... É aquele velho problema. E a solução...?

-*-

Fico pensando às vezes que a vida de alguém não deve nunca ser só de obrigação. Numa cidade como São Paulo impossível dizer que não há diversão para todos os gostos, mas o meu problema é não gostar muito de andar sozinha por aí... E também não tenho muitas companhias... O chato de estudar na USP é isso: todo mundo mora longe! Minhas amigas lá do trampo que também estudam lá também moram longe à beça daqui de casa e do nosso trampo e da própria USP. Aí é que volta essa história de que a vida não pode se resumir à obrigação. Mas quando você mora no Heliópolis, trabalha em Pinheiros, quase na Vila Madalena, almoça às 10 da manhã, sai de casa às 11 pra entrar 1 da tarde, sair às 7 da noite, chegar em casa 8 e meia e tomar banho e jantar, seus finais-de-semana, com um salário de estagiária não podem mesmo ser repletos de diversões caras... Tudo se resume a ler, dormir, baixar música na net e escrever num blogue ilegível. Às vezes, sair, ir ao cinema, a uma feira de artes, ao centro e só. Nada divertido ser eu...

-*-

Pensando em simplificar o meu perfil do Orkut, mas estando com dó de perder todos esses trechozinhos que contêm minh’alma, vou transpô-los aqui, de modo a nunca se perderem. É assim:

Uma tropicalista."Uma tupi tangendo um alaúde". (A la Mário de Andrade)

Um 'pagode russo'... (A la Gonzagão e Maksim Górki)

"Sou um animal sentimental
Me apego facilmente ao que desperta meu desejo
Tente me obrigar a fazer o que não quero
E você vai logo ver o que acontece"
("Sereníssima" - Legião Urbana)

"Meu coração não se cansa
De ter esperança
De um dia ser tudo o que quer
Meu coração de criança"
("♥ vagabundo" - Caetano e Gal)

"Por cima do mar (da ilusão)
Eu naveguei (só em vão)
Não encontrei
O amor que eu eu sonhei
Nos meus tempos de menino
Porém menino sonha de mais
Menino sonha com coisas
Que a gente cresce e não vê jamais"
("Todo menino é um rei"- Roberto Ribeiro)

"But I'm a creep
I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here..."
("Creep"- Radiohead)

"Recife mandou me chamar!"
("Frevo nº 3 do Recife"- Antônio Maria)

"Eu sou mameluco,
sou de Casa Forte
Sou de Pernambuco,
sou o Leão do Norte"
("Leão do Norte" - Lenine)

"Oh! Simple thing where have you gone?
I'm getting old and I need something to rely on
So tell me when you're gonna let me in
I'm getting tired and I need somewhere to begin"
("Somewhere only we know" -Keane)

"Eu não sei pintar
eu não vi o seu filme
não sou de jogar
não bebo em pé
não frenquento bar

Assim me sinto bem
não devo a ninguém

eu não vou mudar
vou ficar com meu time
não vou misturar
cachaça e café
só pra te agradar

Assim me sinto bem
não devo a ninguém

meu instinto não falha[...]"
("Ziggy Stardust" - Seu Jorge)

"Sou De Nanã Ê Uá Ê Uá Ê
Sou De Nanã Ê Uá Ê Uá Ê
Sou De Nanã Ê Uá Ê Uá Ê"
("Cordeiro de Nana" -Os Tincoãs)

"Senão é como amar uma mulher só linda
E daí?
Uma mulher tem que ter
Qualquer coisa além de beleza
Qualquer coisa de triste
Qualquer coisa que chora
Qualquer coisa que sente saudade
Um molejo de amor machucado
Uma beleza que vem da tristeza
De se saber mulher
Feita apenas para amar
Para sofrer pelo seu amor
E pra ser só perdão"
("Samba da bênção" - Vinícius de Morais)

-*-

O Natal está chegando... Acho Natal deprimente... Enfim...

-*-

Ai, ai...Se tiver assunto, eu volto...

Fui!

domingo, 30 de novembro de 2008

Ontem, 29/11/2008 - Serua pulchra et bona est.

OUTROS DROPS…

Nada de mim no findis passado, hein!? É que tinha muita coisa pra escrever e estudar pra facu!
-*-
Hoje é sábado e é a festinha de aniversário de 1 ano do Saulo, meu afilhado. Ele não ri muito pra mim, mas eu gosto dele mesmo assim. Acho que isso se deve à discrepância entre mim e o padrinho dele, que vive comprando um monte de brinquedo pra ele. Eu não compro muito, é verdade, mas: quem se importa? Ele, talvez…
Devido a isso, resolvi ter um pouco de asseio: fui à manicure, à pedicure, fiz a sobrancelha que havia muito não via pince e, na semana passada, já tinha cortado as pontas do meu cabelo. Fiquei jeitosa! Tudo isso para quê?
-*-
Ontem foi uma aula linda-linda a de Wisnik! Ele cantou, ai meu deus, do meu lado, aquele vibratinho direto no meu ouvido! Ui! Que medo de paxonar! Tô perigando! Mas foi a última aula dele, pra nós e pra graduação. Aliás, tá tudo nas últimas, incluindo o semestre. Deus é pai! Obrigada, meu pai! Só falta uma prova de russo e uma resenha de Morfologia e tchau! Férias! Vacation! Каникулы! Obrigada, Santa Tatiana!
-*-
Quero ver o que faço com essas férias! Descansar a cabeça um pouco, claro, me divertir, conhecer, descobrir. A mim e ao outro. Quem sabe!
Já me disseram pra eu não ficar na esperança, que quando eu menos esperar aparece alguém, mas NÃO ADIANTA! Eu não mudo! Sempre tive essa coisinha chamada esperança, na acepção primeira: ato daquele que espera. Não, eu não mudo.
Esse blogue poderia se chamar Relatos de uma encalhada ou algo assim. Percebe que todas as postagens voltam sempre pra mesma coisa? Macho! Ai, que saco, viu! Juro que é sem querer.
-*-
Eu queria mesmo era ir pra outro lugar. São Paulo me enche o saco. Definitivamente, minha alma é pernambucana. Tem horas que me dá nos nervos esse falado, sabia?! Essa coisa hispano-italiana. Bléquiti! Depois eu é que tô com o sotaque esquisito. E minha viagem pro Recife, quando será?! Eu quero tomar sol. Eu quero ver o mar…
Comentário da Déia 20 /Novembro / 2008 at 9:34 pm

Jacque, pare de esperar por um momento específico da sua vida pra começar a viver. Lembre-se que vc está viva, que as coisas podem acontecer agora, na Jacque que vc é agora. Não adianta tentar voltar a ter 15, 16 anos. Não vai rolar. E ainda bem. Vc pode ser feliz mesmo sendo mais experiente, mesmo tendo sido mais machucada.

“Let it be”

Na noite passada pensei que precisava de uma história de amor. Coloquei no DVD e assisti a Across the Universe, filme que eu comprei na feira do livro, numa das muitas barracas mágicas que lá estavam.


O filme despertou um outro tipo de sentimento em mim, em vez da pseudo-completude amorosa romântica do tipo ‘que bom que alguém ama como eu não amo’… Senti saudade de quando eu vestia camiseta dos Beatles e comprava revistinhas sobre eles. Isso, alguns anos atrás, apenas, 3 ou 4… Eu era uma beatlemaníaca. Mas como uma beatlemaníaca de classe baixa, não tinha acesso a raridades ou afins. Curtia os cdzinhos piratas que eu comprava nas barraquinhas da Silva Bueno, aqui perto de casa.


Acabei, depois, por ganhar um cd de mp3 da ex-noiva do meu tio, com umas 200 músicas deles, das quais acabo de copiar algumas para pôr no meu tocador de mp4.
No fim do filme, lógico que o Jude fica com a Lucy (desculpe se estraguei o final), mas não foi isso que me preencheu a alma, foi sentir caindo a ficha de que as músicas deles, são, acima de tudo – e a despeito de charlatões que acham mensagens subliminares em tudo – mensagens de amor à vida e ao próximo.



Apesar de, na minha opinião, as legendas do filme serem ruins, as traduções de canções que ouvia antes mesmo de começar esse curso de inglês que se arrasta e ainda consome minha vida, essas traduções me fizeram sentir gotas de amor e esperança.
Aquele que eu julgava o maior desalento meu de então – o não possuir um amor – foi acalmado ao som de canções que embalavam minha adolescência primeira, quando eu me desesperava menos pelo amor…



Eu queria ser aquela menina, sobre a qual “se contará uma história que será que alguém ouvirá?! Aquela que você quer muito e te faz se desculpar… Oh, menina…”. Aquela menina. Eu queria ser Lucy, no céu com diamantes e o diabo a quatro. Os quatro.
O filme é bem bacana, tem até uns protótipos de Janis Joplin e Jimi Hendrix quase anacrônicos. O tempo é quase anacrônico também. Não é tempo de relógio, não tempo de psique, é tempo da vida de Jude, é tempo da vida de Lucy. É um tempo contado meandrado por essas canções tão de-amor-geral.



Acabou e eu fiquei pensando… Que saudade dos Beatles, que saudade de mim! Eu preciso é de férias, pra buscar me encontrar de novo. Antes de ficar inventando buscas por outrem, preciso reencontrar minha beatlemaníaca adormecida, minha Jacqueline original, mais doce, menos gorkaia, porque a vida é que foi me deixando assim… Parada difícil, como muitas outras… Mas eu tenho uma mãe Mary que me diz às vezes, quando tô com raiva: Let it be. And if you want a revolution, you know it’s going to be alright.


Obrigada, mãe.



P.S.: Mas ainda tenho minha camiseta velha, com a capa de Abbey Road… Ainda bem!








Comentário da Mari 20 /Novembro / 2008 at 5:50 pm

Não se preocupe em achar o seu Olímpico, Macabéia, logo logo ele aparece…Bjão

Comentário da Déia 20 /Novembro / 2008 at 8:37 pm

Nossa, Jacque! Somos mesmo parecidas! Desde o fato de sentir a felicidade comprando livros à paixão por professores. Eu tb senti uma alegria materializada com os livros, como se agora eu tivesse a vida de alguém pra viver e pudesse evitar o risco de ter q viver a minha. Eu estou apaixonada, por um menino q sabe meu nome, é meu amigo, me trata bem e NÃO É GAY. Jacque, isso é um milagre!!! Eu sempre esperava por alguém com esses requisitos e agora ele apareceu. Mas tinha q ter uma droga de namorada. Mas tinha q me deixar confusa…Graças a Deus o meu não tem nada de Olímpico, credo.Esses amores de infância acabam numa época em que é possível aguentarmos. A gente sofre tanto com o medo de perder que a perda em si deixa de ser grande coisa.

15/11/2008 - Uma semana praticamente feliz

Voltei.

DROPS DE FLUXOS DE PENSAMENTO
Essa semana foi consumistamente mágica! Gastei um dinheiro – numa quantidade que nunca gastei noutro lugar na minha vida - só em livros, lá na feira do livro. Tirei o bucho da miséria! Huahua! Aliás, livro é a única palavra do sexo masculino que tem me feito realmente feliz há alguns anos… Isso é um grave problema.
-*-
Teve um momento lindo ontem: ganhei um sorriso de José Miguel Wisnik, meu lindo professor sessentão de Literatura Brasileira II! Fiquei tão emocionada que travei e não consegui sorrir de volta! Ele é encantador! Inteligente, sensível, MÚSICO e enxutão! Não é a toa que minhas amigas me chamam de ‘a alegria do asilo’, desde que descobri que o Lobão, cara da ECA pra quem eu pagava pau, tem quase 40…
-*-
Depois dessa semana eu fiquei legal, sabia?! Esqueci aquela palhaçada toda de meu ataque de mulherzinha por causa do Tiago, e acho até que sou capaz de amadurecer, se tiver ajuda… Eu preciso de ajuda… Faz tempo… Mas isso é um outro assunto.
-*-
Eu tinha um monte de outras coisas pra dizer no blogue, mas me esqueci delas. Só queria dizer que estou melhorando. Mas ainda não estou 100%, nem nunca vou chegar nesse nível. Ainda bem. A perfeição deve ser um cu, cara!
-*-
Acho que eu tô, aos poucos, perdendo minha velha mania de reclamar de tudo. Ok, como uma boa Nanã, ainda tenho meus rompantes de rabujo (sic). Mas começo a ver como minha vida é ma-ra-vi-lho-as se comparada à de mó galera por aí e tento sempre agradecer aos meus deuses por isso… Mas ainda vejo muita deprimência. Digo, muita coisa que me deixa mal… Cada dia mais, aliás. E eu não posso fazer nada. Mas é pelo social. Se eu doar um pacote de biscoito e uma garrafa de coca-cola, sacia a momentânea fome. Mas a que vem depoisé pior, porque coca dá azia no estômago vazio…
-*-
Fim de semestre na facu: isso me enche d’alegria! Terei férias e possivelmente tempo pra ler um pouco do que comprei na feira do livro. Não vejo a hora! A caixa do Górki é tão linda que chorei!
-*-
Eu vi um basset!


Fiquei tão entusiasmada! É que fiz uma análise do conto Tentação, de Clarice Lispector onde uma menina ruiva vê um cão basset e sente que aquela é sua outra metade nesse mundo porque ambos tinham o pêlo ruivo. Mas eu não me identifiquei com ele. Tô mais pr’um poodle preto…

Falando em Clarice, estou relendo A hora da estrela, e na quinta passada o Wisnik passou esse filme pra nós… Eu me sinto cada dia mais Macabéa… Mas nem um Olímpico eu tenho! Ai! Isso tá voltando pro nosso tema original: macho! Se tá assim, é porque tá na hora de desligar!

Já me vou, que ainda tenho de fazer meu trabalho de Morfologia. Saco…

Do svidâniya!

Comentário da Déia em 15/11/2008

Pois é…pelo menos vc não teve a “sorte” de ter ficado com um cara, se apaixonado por ele, e anos depois encontrá-lo mais feminino que vc, casado com um negão de 2m de altura.Ao todo, já gostei de uns 4 caras gays na vida e até de uma menina, pensando que era um menino, e é sobre ela que vou escrever no blog, assim que tiver coragem de encarar de frente o que sinto por ela.Bom, quanto a se apaixonar pelo cara errado, eu chego a ter a sensação de amor, depois de ódio, pq sei que ele está me fazendo gostar dele só pra me machucar depois, então tenho o que meu lindo professor John Milton chama de “love-hate-relationship”. Lembra do bilhete que vc me escreveu essa semana? Pois é, além de simpático, ele tem que ser inteligente, educado, cantar bem, escrever bem, falar baixo e ser incrivelmente lindo. Eu estou irrediavelmente apaixonada, e me odiando profundamente por isso.

09/11/2008 - A maldita cerca

“E assim, com um passo de cada vez, eu tenho tentado me aproximar dessa terra desconhecida que chamam de amor. Muitas vezes tenho sangrado muito tentando passar pelo arame farpado que a cerca, mas quem sabe se alcançarmos o outro lado, alguma coisa muito boa esteja nos esperando? Alguma coisa tão grandiosa e fantástica que chegue até a ser capaz de nos fazer começar a viver."

E é a partir do comentário da Déia que esse blogue respira pela segunda vez, pela segunda vez.

Achei linda essa metáfora, Déia!

Eu até tenho tentado me aproximar da cerca, mas que cerca? Eu sempre escolho a cerca errada. É sempre uma cerca que quer uma invasora loira ou mais magra ou de olhos azuis…

Mas, sabe, uma vez me falaram do Kevin Arnold, em Anos incríveis. Eu não vi esse episódio, mas diz que ele disse que em algum lugar do mundo deve haver alguém feito exatamente pra ele, e que talvez essa pessoa estivesse no Alasca… O Kevin tinha razão, do alto de sua sabedoria mirim… Hoje, ele faz papel de gay num seriado de uma dessas tv a cabo… Deve ter realmente encontrado seu amor, pelo menos na ficção… É tudo tão mais fácil pra eles…

Aí é que está: um cara medianamente bonito, razoavelmente inteligente, que tenha alguma boa intenção e que não seja gay. Essa é a descrição do cara mais impossível de se achar em São Paulo, cidade imensa que habito e que é simplesmente uma das cidades mais gays do mundo. Eu nunca vi. E se vi, não percebi. E se percebi, no instante seguinte notei uma aliança em sua mão direita, ou, pior, na esquerda!

Nada tenho contra os gays, fique claro! Tenho muitos amigos assim, afinal, já disse faço Letras e eles estão em peso nesse curso, em especial na minha universidade, que dá um certo status, ”glamour”, coisa que eles adoram… Mas poxa, não posso namorar um deles, porque eles simplesmente NÃO gostam de mulher! Eles dizem “ai, Jacque, seu cabelo é tão bonito! Que linda sua saia! Como você tá bonita hoje…” Obrigada, mas… Poxa! Cadê os caras que gostam de meninas? Qual é o problema comigo?

Isso sem falar nos caso em que eu vi um cara no ônibus, indo pra Cidade Universitária, e depois vi o cara andando: ele tinha uma malemolência tão feminina naqueles quadris, que eu fiquei sem palavras… Quer dizer, até quando não parece, é!!!

Pessoas, a coisa tá feia… Eu me sinto cansada pra sair ou, por exemplo, cheia de coisas pra fazer em fim de semestre da facu, e aí, como frequëntar as milagrosas baladas paulistanas que todos me recomendam quando me queixo disso…? Ok, nas férias! Mas, amor de férias?! Isso é muito Malhação

Eu tento, a meu modo, romper a cerca, Déia, ou ao menos saltá-la… Mas não tenho forças… Ou motivo forte o bastante… Talvez, por ter sempre escolhido um cara que não me escolhera me fez sentir desestimulada, o que foi me deixando meio resistente. Mas estou aqui me oferecendo, praticamente. Alguém aí se habilita?! Hahaha!
Chega de bobagens. Tenho de digitar um incrível trabalho de Morfologia do Portugês… C’est la vie…Eu, e meu francês tosco… A língua dos apaixonados…

Comentário da Déia em 09/11/2008

Jacque, sei exatamente como vc se sente. No meu caso, ele chegou a ser meu namorado, era meu melhor amigo, era parte irremovível da minha vida. Eu sempre tentei fugir, me apaixonar por outras pessoas, não podia aceitar o fato de que o amor da minha vida tinha que aparecer tão cedo, me impedindo de conhecer outras pessoas, não conseguia aceitar que eu poderia amar o menino franzino e de cabelo cortado em forma de cuia que uma vez me assustou com uma máscara de halloween quando eu voltava da padaria. Naquele momento, quando ele tirou aquela máscara de monstro, vi um menino tímido, assustado, arrependido por ter me assustado. Assim que percebi sua fragilidade, dei-lhe um tapa na cabeça e comecei a xingá-lo de todos os nomes que conhecia enquanto sua tia vinha me socorrer com um copo de água com açúcar. Apesar dos tapas e xingamentos, vi que nos olhos dele alguma coisa estranha brilhava, alguma coisa que eu não sabia dizer o quê, algo que eu só entederia mais tarde. E entendi,numa tarde de janeiro há dois anos, só que em vez de entender mais tarde, acabei entendendo tarde demais… Eu achava que éramos de fato destinados um ao outro, mas na hora errada. Eu achava que poderíamos acreditar numa promessa: se nosso amor fosse verdadeiro, voltaríamos um para o outro, não importaria quantos anos se passassem. Durante muitos anos ele acreditou nisso. Durante muitos anos, eu esqueci da promessa. Quando eu comecei a namorar, ele até tentou voltar. E eu teria voltado, se não descobrisse que já éramos dois estranhos. Com o passar do tempo, ele foi se acostumando à idéia de uma vida sem mim. O tempo também cuidou pra que outras pessoas percebessem o quanto ele era especial, e um belo dia ele resolveu dar uma chance à própria vida. Não sei se por orgulho ou por maldade (ou os dois) ele quis que eu conhecesse sua namorada. E foi ali, 11 anos mais tarde, que eu fui capaz de compreender o brilho daquele olhar que ele, tão sabia e precocemente, soube direcionar a mim ainda na infância.Hoje eu tento suprir minha vida com pequenos sentimentos frágeis, resquícios do que foi um dia a minha capacidade de amar. Mas, de um jeito ou de outro, tenho me reerguido aos poucos e, embora sem esperanças, me permitido sentir um certo frio na barriga quando uma certa mão quente esbarra na minha. De uma certa forma, tenho tentado ignorar o fato de ter perdido a única oportunidade de amor que tive na vida. Tento esquecer que ele vai se casar, que ela é mais bonita que eu. E assim, com um passo de cada vez, eu tenho tentado me aproximar dessa terra desconhecida que chamam de amor. Muitas vezes tenho sangrado muito tentando passar pelo arame farpado que a cerca, mas quem sabe se alcançarmos o outro lado, alguma coisa muito boa esteja nos esperando? Alguma coisa tão grandiosa e fantástica que chegue até a ser capaz de nos fazer começar a viver.
Nossa! Desculpe…escrevi tanto que acabou virando um post pro meu blog. Vou até colocar o título “Correspondências de Déia de Jacque” hauaahua. Um dia isso pode ser importante. já pensou? rsrsbjs!!!
Se cuida.

MUDANÇA - COMO UM VÔMITO AMARGO

Olá!
Eu transferi os conteúdos do meu blog no Wordpress pra cá. Vou postar tudo de uma vez, com a data original de postagem em cima. Acho que aqui no Blogger é uma coisa mais descontraída! Vamos lá!

08/11/2008
Tudo começa assim:


Desde que a Déia me falou do blogue dela, me lembrei de quando eu tinha um, mais no começo da adolescência, e o quanto isso era legal, a despeito de pouquíssima gente ler, mais pro fim… Não sentia mais motivação, e parei com ele. Mas, poxa, eu sou uma estudante de Letras e preciso escrever. É clichê, mas pertinente. Isso é só um intróito: agora vem o baque. O baque e a catapuLta do meu sentimento.

Hoje minha mãe chegou da feira e acabou comigo: me contou que o Tiago, o Tiaguinho, grande amor da minha vida agora é um homem casado e pai de duas crianças. OK, puta maneira escrota de se começar um blogue, porém, eu precisava vomitar isso! Dizer ao mundo, registrar, mesmo que depois não escreva mais nada: nunca mais Tiaguinho será SÓ meu…

”Como assim, casou!?” pensei. Tudo bem que a mãe dele (sim, foi ela quem disse a minha mãe) disse que ele já tem 25 anos, e eu pensei que fossem só 23. 25 e mais ou menos uma idade boa pra talvez casar… Mas mesmo assim, cara! Era como se fosse um pacto tácito, entre mim e ele, mais da minha parte que da dele, óbvio… EU ESPERAVA POR ELE… E, pô! Fiquei muito mal… Nunca mais esperança, never more, Mr. Nice Guy… MISTER MARRIED GUY!

Loucura, depois de 9 anos pensar assim, que ele era meu?! Vai dizer que cê nunca se sentiu assim? Nunca teve NADA que, mesmo que ninguém soubesse você julgasse seu? Tinha, né?! Então, o Tiaguinho era essa minha coisa.

E agora?! O que fazer? O que será de meu platonismo, sem alvo, sem vítima? Ninguém podia ser como ele…

Eu o vi na eleição e ele era tão igual a antes… Tão machinho e tão fofo, tão meu-Tiago-de-sempre… Quem é essa garota?! Quem são esses bebês?! Quem são esses seres desalamados que roubaram minha história de amor que nunca concretizou nem concretizara? Tudo bem, os bebês são inocentes, mas ela não! Quem é ela?!!?!?! QUEM????? Pensando bem, é melhor eu não saber nunca… E vou odiá-la tanto, mais tanto mesmo, que ninguém nunca nesse mundo poderia ser mais odiado. Ela ia secar, morrer, só de ser odiada.

Por minutos, fiquei sem chão. Me esqueci até que eu tinha um monte de lição do Russo e trabalho pra digitar… Tentei parecer normal na hora do almoço. Mas depois eu chorei. De coração partido… Pô… o Tiaguinho… Ele não devia ter se casado… Pra quê? Que deprê…

[Tristeza]

Blé! Agora pronto. Chamei o Hugo, o Raul, e quem mais quisesse vir na hora. Só queria dizer isso… Tiago, vou ter de deixar de te amar estranhamente. Acabou, não volte nunca mais para os meus sonhos, para os meus desejos! Suma!

Apesar dessa merda toda, tem até notícias boas pra um começo: lá o trampo, deram um aumento pra gente, e quarta começa a festa do livro na USP (que eu insisto em chamar de ”feira”)… Até que não é tão mal. E eu precisava mesmo enterrar o passado…

É, é mesmo um começo. De blogue, e de vida… Na vera, um recomeço…

Mas essa amargura, juro, é só por hoje. Afinal, essa página é rosa com florzinhas…
Déia, desculpe a amargura, mas esse primeiro post é pra ti! Obrigada por me fazer voltar a escrever e por me dizer que eu preciso amar. Eu preciso mesmo.


Milhões de abraços e até breve!

P.S.: Ufa! Agora estou melhor…