domingo, 30 de novembro de 2008

Comentário da Déia em 09/11/2008

Jacque, sei exatamente como vc se sente. No meu caso, ele chegou a ser meu namorado, era meu melhor amigo, era parte irremovível da minha vida. Eu sempre tentei fugir, me apaixonar por outras pessoas, não podia aceitar o fato de que o amor da minha vida tinha que aparecer tão cedo, me impedindo de conhecer outras pessoas, não conseguia aceitar que eu poderia amar o menino franzino e de cabelo cortado em forma de cuia que uma vez me assustou com uma máscara de halloween quando eu voltava da padaria. Naquele momento, quando ele tirou aquela máscara de monstro, vi um menino tímido, assustado, arrependido por ter me assustado. Assim que percebi sua fragilidade, dei-lhe um tapa na cabeça e comecei a xingá-lo de todos os nomes que conhecia enquanto sua tia vinha me socorrer com um copo de água com açúcar. Apesar dos tapas e xingamentos, vi que nos olhos dele alguma coisa estranha brilhava, alguma coisa que eu não sabia dizer o quê, algo que eu só entederia mais tarde. E entendi,numa tarde de janeiro há dois anos, só que em vez de entender mais tarde, acabei entendendo tarde demais… Eu achava que éramos de fato destinados um ao outro, mas na hora errada. Eu achava que poderíamos acreditar numa promessa: se nosso amor fosse verdadeiro, voltaríamos um para o outro, não importaria quantos anos se passassem. Durante muitos anos ele acreditou nisso. Durante muitos anos, eu esqueci da promessa. Quando eu comecei a namorar, ele até tentou voltar. E eu teria voltado, se não descobrisse que já éramos dois estranhos. Com o passar do tempo, ele foi se acostumando à idéia de uma vida sem mim. O tempo também cuidou pra que outras pessoas percebessem o quanto ele era especial, e um belo dia ele resolveu dar uma chance à própria vida. Não sei se por orgulho ou por maldade (ou os dois) ele quis que eu conhecesse sua namorada. E foi ali, 11 anos mais tarde, que eu fui capaz de compreender o brilho daquele olhar que ele, tão sabia e precocemente, soube direcionar a mim ainda na infância.Hoje eu tento suprir minha vida com pequenos sentimentos frágeis, resquícios do que foi um dia a minha capacidade de amar. Mas, de um jeito ou de outro, tenho me reerguido aos poucos e, embora sem esperanças, me permitido sentir um certo frio na barriga quando uma certa mão quente esbarra na minha. De uma certa forma, tenho tentado ignorar o fato de ter perdido a única oportunidade de amor que tive na vida. Tento esquecer que ele vai se casar, que ela é mais bonita que eu. E assim, com um passo de cada vez, eu tenho tentado me aproximar dessa terra desconhecida que chamam de amor. Muitas vezes tenho sangrado muito tentando passar pelo arame farpado que a cerca, mas quem sabe se alcançarmos o outro lado, alguma coisa muito boa esteja nos esperando? Alguma coisa tão grandiosa e fantástica que chegue até a ser capaz de nos fazer começar a viver.
Nossa! Desculpe…escrevi tanto que acabou virando um post pro meu blog. Vou até colocar o título “Correspondências de Déia de Jacque” hauaahua. Um dia isso pode ser importante. já pensou? rsrsbjs!!!
Se cuida.

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